sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Conhecendo a produção - Damares Braga Nunes




Aos 13 anos, por incentivo de amigos tive minha primeira aula de teatro  no colégio onde cursava o ensino fundamental. Desse dia pra cá não parei mais. Não foi fácil, enfrentei preconceito de familiares religiosos, vivi de pesquisa em internet, li muitos livros, conversava com pessoas mais experientes, fiz cursos gratuitos de teatro escondido (pois não tinha condições financeiras nem como trabalhar por conta da minha idade e minha família não aprovava o teatro na minha educação), até que chegou o momento que nada me segurou e estou aqui pela força dos meus amigos e das pessoas que acreditaram em mim, quanto pelo meu esforço e dedicação.
O verdadeiro profissional é aquele que topa qualquer parada, independente do seu personagem ou do gênero, já fiz comédia, drama, pantomima, entre tantos outros. Amei atuar em todos eles.
Fazer teatro apenas por fazer não rola, tenho que me divertir e aprender. Participei por dois anos da “Paixão de Cristo” de Casa Amarela (Recife-PE) e aprendi que não devo ser apenas uma na multidão, mas devo chocar as pessoas na busca dos meus ideais.
O grupo Vozes da coxia para mim é mais que uma escola onde aprendo fazendo, na prática, é um modo novo de derrubar velhos tabus, de inovar, reestruturar o que estava se perdendo, gerar oportunidades a tantos talentos de nossa arte que estão sendo deixado para traz por inconseqüência de certas doutrinas retrógadas.
Espero que todos os trabalhos desenvolvidos pelo Vozes da Coxia traga um aprendizado novo, que o grupo possa levar o amor das artes cênicas até nos lugares mais escassos de cultura e que cada oportunidade gerada ao público de nos prestigiar com sua presença ou a um profissional de atuar e trabalhar conosco, seja ímpar e sobretudo inesquecível.





“Um dia me falaram que sonhar é como voar, me aconselharam a não voar muito alto, pois maior seria minha queda, porém esqueceram de perguntar se eu tinha medo de cair!” (Damares Braga Nunes)

Conhecendo a produção - Paulo Ricci


Não lembro exatamente a idade, mas desde criança já existia em mim uma vontade enorme de seguir a área artística, sempre fazia cursos livres de teatro em algumas escolas da prefeitura. Na época minha família não aceitava a minha escolha, então procurava os cursos por vontade própria e muitas vezes escondido da minha mãe. Muitas vezes não conseguia concluir o curso por que minha mãe sempre descobria e me impedia de fazer. Comecei ingressar mesmo na área em 2004 quando viajei para o Rio de Janeiro, onde atuei em peças, uma delas dirigido pela diretora da Rede Globo Cininha de Paula, onde aprendi com todas as ferramentas a arte de representar. Fiz outros cursos livres que ao longo do tempo fui tendo mais gosto em poder seguir no meu objetivo. Voltei para o Recife em 2008, mas só em 2010 apresentei minha primeira peça na cidade profissionalmente texto do grande amigo Marcos Galinari, “ TODAS AS VEZES QUE EU TE AMEI, apresentado no teatro Apolo. Hoje continuo morando na terrinha e sigo com os trabalhos no teatro junto com o grupo.
Não tenho um gênero definido, e acho que não terei essa definição, gosto de atuar e se o texto for bom melhor ainda, topo na hora.
Vou crescendo e aprendendo muitas coisas com o personagem, muitas vezes você se identifica e guarda aquela mensagem que mais lhe chamou atenção. É muito legal esta coisa de você atuar passando uma mensagem para a platéia e ao mesmo tempo você torna espectador. Gosto desta troca.
O Vozes da Coxia, para mim, é uma escola onde colocamos em prática tudo o que aprendemos na curta carreira que começamos lá trás. Muita coisa ainda para aprender e executar. É como o próprio nome diz...Vozes da Coxia... pra mim um grito de liberdade. 



"Nunca desistir dos objetivos e ter os pés firmes e seguir caminhando sempre". (Paulo Ricci) 



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A origem do teatro no Brasil

O teatro brasileiro teve sua origem no século XVI, em 1564*, quando o Brasil passou a ser colônia de Portugal. Os padres da chamada companhia de Jesus, os Jesuítas, vieram para catequizar os índios, e com isso trouxeram suas influências culturais como a literatura e o teatro. Este então foi usado como instrumento pedagógico, em princípio para a educação religiosa, já que os índios tinham uma tendência natural para a música e a dança, e sendo assim os Jesuítas se utilizaram de elementos da cultura indígena e perceberam no teatro o método mais eficaz como instrumento de "civilização"
Pelo fascínio da imagem representativa, o teatro era muito mais eficaz do que um sermão,por exemplo. Nota-se, portanto, que a origem do teatro no Brasil é religiosa, assim como boa parte das manifestações culturais. Nessa época o Padre Anchieta era o responsável pela autoria das peças,ele escreveu alguns Autos como "Na festa de São Lourenço", também conhecido como "Mistério de Jesus", e o "Auto da Pregação Universal", escrito entre 1567 e 1570, e representado em várias regiões do Brasil, por vários anos.
No entanto, o principal objetivo era a catequese, por isso com esses elementos também estavam os dogmas da Igreja Católica . Sendo assim, as comédias e tragédias eram pouco representadas. A opção ficava com os autos sacramentais, que tinham caráter dramático, e, portanto, estavam impregnadas de características religiosas.
Até 1584 as peças eram escritas em tupi, português ou espanhol, quando então surgiu o latim. Os autos tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, representados por personagens de demônios, santos, imperadores e algumas vezes apenas simbolismos, como o amor ou o temor a Deus. Os atores eram os índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que atuavam de improviso nas peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios.
O teatro brasileiro criou forças com o início do Romantismo, no século XIX, por volta de 1838, impulsionado por alguns grandes escritores como Martins Pena, que foi um dos pioneiros com suas comédias de costumes, Artur de Azevedo, Gonçalves Magalhães, o ator e empresário João Caetano, o escritor Machado de Assis e José de Alencar.
Obra de Dias GomesO desenvolvimento do teatro aconteceu quando escravos brasileiros libertados na Nigéria, em 1880, fundaram a primeira companhia dramática brasileira, a Brazilian Dramatic Company. Mas foi somente em 1900 que o teatro se consagrou. Embora tenha enfrentado fortes crises políticas do país, conseguiu com muita luta a sua independência. O teatro passou por momentos difíceis na época da ditadura. Entre 1937 e 1945, não fosse a ideologia populista que se manteve ativa por meio do teatro de revista, ele teria sido extinguido. Surgem as primeiras companhias estáveis do país, com nomes como Procópio Ferreira, Jaime Costa, Odilon de Azevedo entre outros.
Outro período importante foi quando Paschoal Carlos Magno funda o Teatro do Estudante do Brasil, no ano de 1938. A partir daí começam a surgir as companhias experimentais de teatro, que estendem-se ao longo dos anos, marcando a introdução do modelo estrangeiro de teatro no país, firmando então o princípio da encenação moderna no Brasil.
Em 1948 é fundado pelo italiano Franco Zampari o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), uma companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia, importando técnicas e repertório, com tendências para o culturalismo estético.
Já em 1957 surge o Teatro de Arena de São Paulo, a porta de entrada de muitos amadores para o teatro profissional, e que nos anos seguintes tornaram-se verdadeiras personalidades do mundo artístico.
Com o Golpe Militar em 1964, as dificuldades aumentam para os diretores e atores de teatro. A censura faz com que muitos artistas tenham de abandonar os palcos e exilar-se em outros países. Restava às gerações futuras manterem vivas as raízes já firmadas, e dar um novo rumo ao novo estilo de teatro que estaria para surgir.
* 1564 - Ano do nascimento do inglês William Shakespeare, um gênio do teatro cujas obras e temas dramáticos são copiados e representados até hoje.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Regulamento
 Para teste de elenco



Quem poderá se cadastrar

  1. Pessoa Física de ambos os sexos, residente em Recife ou cidades vizinhas, maiores de dezoito anos – em caso de pessoas com menor idade, deverá ter a assinatura do responsável na ficha de inscrição.
  2. Que tiver idades entre 16 e 30 anos.
  3. Que tenha no mínimo feito um curso de teatro ou que tenham vivido experiências teatrais, como por exemplo, escolas, igrejas, etc.

Procedimentos

  1. A pessoa deverá ser membro do blog do grupo: http://vozesdacoxia.blogspot.com
  2. Deverá enviar um e-mail para: vozesdacoxia@gmail.com e colocar como assunto: TESTE DE ELENCO. Deverá deixar o corpo do e-mail em branco.
  3. A produção do grupo de teatro Vozes da Coxia, responderá de volta o email com este regulamento mais a ficha de inscrição em anexo.
  4. O (A) candidato (a) deverá retornar o e-mail com a ficha de inscrição completamente preenchida
  5. Ao receber a ficha de inscrição, a produção enviará a confirmação da inscrição, material para fazer o teste, data, local e horário da seleção.

Comissão Julgadora

  1. A escolha se dará pelos produtores e direção do Grupo de Teatro Vozes da coxia.

Pagamento de Cachês

  1. O pagamento deverá ser realizado 24horas após o espetáculo.
  2. Cada integrante do elenco receberá o percentual de 07% do valor Bruto do valor da bilheteria.
  3. Ao receber o pagamento, o integrante deverá assinar o recibo e devolver a direção ou produção do espetáculo.
  4. A produção do espetáculo não faz depósito em conta, não realiza pagamento antecipado e não utiliza cheque.
  5. Não haverá nenhum tipo de ressarcimento por qualquer despesa decorrente dos ensaios (lanches, passagens, fardamentos, etc.).

Divulgação

  1. Todos os integrantes (atores, técnicos, direção, produção, entre outros) deverão contribuir na divulgação das seguintes formas:
    1. Vendas de ingressos antecipados
    2. Contribuição para a confecção de banner, cartazes, folders e outros materiais necessários.
    3. A contribuição deverá ser de valor espontâneo, desde que todos contribuam
    4. Poderá ser montado um esquema de arrecadação de fundos para o espetáculo, ficando a critério de o elenco executar ou não.
  2. A divulgação será feita em todas as redes sociais que o grupo de teatro Vozes da Coxia tiver conta.
  3. Rádio via web e satélites sortearão pares de convites e kits do grupo com camisas e acessórios para os ouvintes.
  4. Cartazes em tamanho A3 será distribuídos em faculdades, escolas de ensino médio público e privado, centros culturais, teatros, etc.
  5. A produção enviará propostas de pauta para todos os jornais e revistas locais.
  6. As empresas responsáveis pela venda dos ingressos antecipados receberão um banner para divulgação.
  7. A arte do espetáculo a ser utilizada ficará por conta da produção em conjunto com a direção do espetáculo.
  8. A divulgação se iniciará até 30 dias antes da estréia.

Ensaios

  1. Os ensaios ocorrerá 1 vez por semana, podendo ser qualquer dia entre segunda à sábado em horário comercial.
  2. Não será permitido crianças, amigos, parentes e animais de estimação sem o consentimento da direção.
  3. Todos deverão ser pontuais, o tempo máximo de atraso permitido por cada ensaio será de 15 minutos de tolerância após o horário previsto pela direção. Quem chegar por 3 vezes consecutivas além do horário de tolerância permitido, sem justificativa comprovadas, será banido do espetáculo.
  4. A direção, achando necessário, poderá optar em aumentar os dias de ensaios do grupo semanalmente quando estiver próximo da estréia.
  5. Os dias de ensaios não serão pagos.
  6. O local dos ensaios será no centro do Recife, o endereço será divulgado posteriormente ao teste no site do grupo.

Espetáculo

  1. O mês previsto para a estréia será em Junho de 2012.
  2. As datas e o local será divulgado aos integrantes em reunião interna e restrita.
  3. O valor do ingresso será definido pela direção.
  4. A peça poderá realizar outras apresentações únicas e/ou temporadas após a estréia.
  5. Caso seja necessário o deslocamento da peça para outro município, é de inteira responsabilidade do grupo de teatro Vozes da Coxia arcar com as despesas (passagem, hospedagem, alimentação e cachê).
  
Observações Gerais

  1. Só participará do teste quem preencher com dados válidos a ficha de inscrição completa.
  2. Se após o período de inscrição for constatado alguma informação falsa na ficha e o candidato tiver passado no teste e já estiver ensaiando a peça, deverá ter sua inscrição banida e pagará uma multa de R$ 50,00 (cinqüenta Reais) por cada informação falsa.
  3. O candidato deverá assinar o termo de compromisso pelo espetáculo e pelo Grupo de Teatro Vozes da Coxia por tempo determinado.
  4. O grupo de teatro Vozes da Coxia não paga passagens, lanches, fardamentos e qualquer outra despesa. O único pagamento responsabilizado será o dos cachês após 24horas de cada espetáculo.
  5. Esse regulamento poderá haver alterações conforme necessidade da produção que informará imediatamente no site http://vozesdacoxia.blogspot.com


Cronograma

Dias
Novembro
01 à 30
Período de inscrição

Dezembro
12
Teste de elenco
17
Resultado da seleção

Janeiro
07
Primeiro ensaio, das 14h às 16h

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Proposta de montagem da peça "Todas as vezes que eu te amei"

O grupo de teatro Vozes da Coxia foi criado para trabalhar o teatro em uma linguagem simples porém tocante ao publico alvo. Foram meses na escolha do texto, meses de pesquisas em livros, bibliotecas, internet, acervos culturais... Foi quando nós da produção, encontramos o texto de “Todas as vezes que eu te amei” no Blog do autor Marcos Galinari. Imediatamente fomos tomados por uma paixão pelo texto escrito. O que nos chamou atenção foi a linguagem que o autor usou para abordar conflitos proveniente de várias situações existentes nas maiorias dos casais. A produção não buscou comédia ou apenas “fazer pessoas sorrirem”, mas nossa maior preocupação foi em fazer com que o público se identifique com os personagens e que todos ao saírem do teatro, levassem consigo um pensamento crítico de sua vida, fazendo com que o publico faça uma reflexão sobre si próprio em suas relações, seja ela amorosas ou profissionais. Com a autorização do autor nas mãos, colocamos em prática os ensaios na pessoa da diretora Ítala Caminha. Foram meses de trabalho e dedicação para a montagem da peça. As marcações serviram para dar mais “ousadia” à fala dos personagens. A direção propôs naturalidade na interpretação, fazendo com que em apenas poucos ensaios, os atores pudessem “brincar” com o texto. Cada frase, cada gesto, cada mudança de espírito dos personagens foram trabalhados cuidadosamente através de dinâmicas e exercícios de corpo e voz a fim de adquirir a excelência na interpretação de cada um dos atores. Da mesma forma foi elaborado o cenário (Uma sala de estar), a produção juntamente com o autor decidiu fazer algo simples e completo ao mesmo tempo, levar ao público que tais situações e conflitos abordados todas as pessoas estão sujeitas a enfrentar esses tipos de situações independentes da classe social. A iluminação fluorescente deu a platéia um tom mais caseiro, proporcional ao texto e ao cenário, com poucos focos (apenas em algumas situações específicas), a maior parte do tempo prevaleceu a luz geral. A sonoplastia também não foi diferente, envolvemos trechos disponíveis em vários sites de domínio aberto utilizado pelo publico moderno e trechos de músicas que fizeram parte da adolescência de vários avôs e avós. A indumentária foi elaborada para passar um pouco do personagem a platéia sem ser necessária a apresentação dos mesmos. Só em ver os personagens no palco, o público pode perceber a personalidade de cada um. Todo o espetáculo, a criação de sua montagem foi desenvolvida minuciosamente para que em cada gargalhada as pessoas levassem algo de bom para dentro de si e que não saíssem vazio, que se identificassem com os personagens. Fizemos com que cada parte do processo de montagem interagisse entre si, marcação com cenário, cenário com figurino, figurino com maquiagem, maquiagem com personagens, personagens com o texto, texto com luz, luz com o som, e tudo com a platéia! Foi assim que a produção fechou os ensaios respeitando sempre o calendário de execução criado para que nada saísse do lugar e enfim abrimos as portas para o nosso alvo: A platéia.