Aos 13 anos, por incentivo de amigos tive minha primeira aula de teatro no colégio onde cursava o ensino fundamental. Desse dia pra cá não parei mais. Não foi fácil, enfrentei preconceito de familiares religiosos, vivi de pesquisa em internet, li muitos livros, conversava com pessoas mais experientes, fiz cursos gratuitos de teatro escondido (pois não tinha condições financeiras nem como trabalhar por conta da minha idade e minha família não aprovava o teatro na minha educação), até que chegou o momento que nada me segurou e estou aqui pela força dos meus amigos e das pessoas que acreditaram em mim, quanto pelo meu esforço e dedicação.
O verdadeiro profissional é aquele que topa qualquer parada, independente do seu personagem ou do gênero, já fiz comédia, drama, pantomima, entre tantos outros. Amei atuar em todos eles.
Fazer teatro apenas por fazer não rola, tenho que me divertir e aprender. Participei por dois anos da “Paixão de Cristo” de Casa Amarela (Recife-PE) e aprendi que não devo ser apenas uma na multidão, mas devo chocar as pessoas na busca dos meus ideais.
O grupo Vozes da coxia para mim é mais que uma escola onde aprendo fazendo, na prática, é um modo novo de derrubar velhos tabus, de inovar, reestruturar o que estava se perdendo, gerar oportunidades a tantos talentos de nossa arte que estão sendo deixado para traz por inconseqüência de certas doutrinas retrógadas.
Espero que todos os trabalhos desenvolvidos pelo Vozes da Coxia traga um aprendizado novo, que o grupo possa levar o amor das artes cênicas até nos lugares mais escassos de cultura e que cada oportunidade gerada ao público de nos prestigiar com sua presença ou a um profissional de atuar e trabalhar conosco, seja ímpar e sobretudo inesquecível.
“Um dia me falaram que sonhar é como voar, me aconselharam a não voar muito alto, pois maior seria minha queda, porém esqueceram de perguntar se eu tinha medo de cair!” (Damares Braga Nunes)

O desenvolvimento do teatro aconteceu quando escravos brasileiros libertados na Nigéria, em 1880, fundaram a primeira companhia dramática brasileira, a Brazilian Dramatic Company. Mas foi somente em 1900 que o teatro se consagrou. Embora tenha enfrentado fortes crises políticas do país, conseguiu com muita luta a sua independência. O teatro passou por momentos difíceis na época da ditadura. Entre 1937 e 1945, não fosse a ideologia populista que se manteve ativa por meio do teatro de revista, ele teria sido extinguido. Surgem as primeiras companhias estáveis do país, com nomes como Procópio Ferreira, Jaime Costa, Odilon de Azevedo entre outros.